quarta-feira, 7 de julho de 2010

Fla quer suspensão temporária do contrato de Bruno, diz advogado

Diogo Souza terá reunião nesta quinta para tratar do assunto

Um dos advogados do goleiro Bruno, suspeito de envolvimento no sumiço da estudante Eliza Samudio, revelou na noite desta quarta-feira, que representantes do Flamengo o procuraram para sugerir que o contrato do goleiro com o clube fosse suspenso temporariamente.

Segundo Diogo Souza, que é especializado em direito esportivo, haverá uma reunião nesta quinta para discutir o assunto.

Ainda nesta quarta, a Olympikus, fornecedora de material esportivo do Rubro-Negro informou que suspendeu o contrato de Bruno, pelo menos até que tudo seja esclarecido. A empresa cancelou a produção da linha de produtos exclusivos do goleiro – chuteira, luvas e novos modelos de camisas personalizadas.

Bruno se entregou à polícia após ser denunciado como suspeito do desaparecimento da ex-namorada.


Jornal Nacional revela depoimento de menor


O 'Jornal Nacional' teve acesso com exclusividade ao depoimento que provocou uma reviravolta no caso Bruno. Em quatro folhas, o menor apreendido na terça-feira (6) na casa do goleiro do Flamengo conta sua versão dos fatos. Ele disse que foi convidado por Luiz Henrique Ferreira Romão, o amigo de Bruno conhecido como Macarrão, a levar Eliza Samudio ao sítio do goleiro em Minas Gerais. Macarrão já tinha planejado tudo e mandou o adolescente se esconder no porta-malas do carro.

Já com o carro em movimento, o menor conta que estava na mala do veículo e pulou para o banco de trás com a arma em punho, rendendo Eliza e dizendo: "perdeu Eliza"

Segundo o adolescente, Eliza conseguiu pegar a arma e atirou contra o menor, mas a arma estava sem munição. O adolescente conseguiu recuperar a arma e deu três coronhadas na cabeça de Eliza.

O jovem diz que a viagem continuou até o sítio de Bruno. O rapaz dormiu em um quarto. Macarrão em outro. E Eliza, com o filho, dormiu em um terceiro quarto. Havia também uma empregada doméstica.

No dia seguinte, Eliza não permaneceu trancada. Sérgio Rosa Sales, que chegou naquele dia, passou a vigiar Eliza, segundo o menor.

Ele disse que viu Sérgio entregar um telefone para que Eliza ligasse para uma amiga de São Paulo. Sérgio mandava dizer que estava tudo bem, que ela receberia dinheiro e um apartamento em Belo Horizonte. Eliza foi ameaçada de morte caso não dissesse o combinado.

O menor conta que, no dia seguinte, Bruno chegou de táxi ao sítio, pois tinha viajado de avião para Belo Horizonte. O adolescente conta que ouviu Bruno dizer para Macarrão e Sérgio que era para eles resolverem o problema. Que não queria problemas para o lado dele e que ele, Bruno, não saberia de nada.

Segundo o depoimento, Macarrão e Sérgio disseram que não poderiam libertar Eliza, pois o problema seria ainda maior. Bruno disse então que já tinha acontecido "m...." da primeira vez, e não queria que o problema se repetisse com Eliza.

O goleiro permaneceu no sítio por duas horas e depois chamou um táxi para levá-lo até o aeroporto, pois queria voltar para o Rio no mesmo dia.

No dia seguinte, o adolescente, Macarrão, Sérgio, Eliza e o filho dela entrararam no carro de Bruno e seguiram rumo a Belo Horizonte.

O adolescente contou que chegaram a um local que se parecia com um sítio. Foram recebidos por um homem alto, negro, chamado Neném.

Vem então a parte mais forte do depoimento: segundo o menor, Neném pegou Eliza, amarrou os braços dela com uma corda e deu uma gravata, sufocando-a. Neném pediu que todos deixassem o local. Sérgio carregava o filho de Eliza.

Logo depois, segundo o jovem, Neném passou carregando um saco e seguiu em direção a um canil, onde havia quatro rotweillers. O adolescente viu o momento em que Neném retirou a mão de Eliza e arremessou para os cães.

O adolescente disse que os ossos de Eliza foram concretados no mesmo terreno em que ela foi morta. Ele inocentou a mulher de Bruno, Dayane Rodrigues, de participação no assassinato de Eliza.

Segundo o menor, Dayane foi ao sítio de Bruno depois do crime - e soube apenas que o bebê de Eliza tinha sido deixado no local.

O adolescente disse ainda que não falou com Bruno sobre o que aconteceu com Eliza, mas acredita que Macarrão tenha contado o desfecho do sequestro.

Por: globo.com

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