O trono do império rubro-negro ficou vago com a ida de Adriano para a Roma. Mas o artilheiro do Brasileiro de 2009 deixou um sucessor na Gávea. Magro, 1,56m, chuteira 36 e centroavante. Mas é destro. Thiago Ribeiro Leite, 11 anos, é irmão do Imperador e desponta no pré-mirim da escolinha do Flamengo.
Tímido, mas sempre sorridente, Thiago é um típico garoto da sua idade. O Pequeno Príncipe é parecido fisicamente com Adriano, mas mostra inibição ao falar, inclusive sobre o fato de não ter namorada. Nas poucas palavras, indica o rumo que quer seguir: jogar no Flamengo.
— Sou Flamengo, sempre fui. Vi meu irmão jogando e aí comecei a gostar. E quero ser atacante como ele, que é meu exemplo — diz.
Com a camisa 19, o menino encara o banco de reservas numa boa. Se tem o mesmo potencial que o irmão é cedo para dizer, mas busca jogo e não cansa de correr. Sofre, como todo centroavante, quando a bola não chega a seus pés, mas comemora feito criança a cada vez que a rede balança.
— Escolhi ser centroavante por causa do meu irmão. Gostei da posição e acabei ficando. Mas é mais ou menos difícil, porque a bola às vezes não chega e não consigo fazer gols — conta o menino, que esteve em campo na última quarta-feira na derrota de 3 a 1 para o Vasco, pela terceira rodada da Copa Light.
Vanda, a avó coruja
Se a história de Adriano com o futebol teve a avó, Dona Vanda, como a principal incentivadora, a de Thiago não poderia ser diferente. Ela acompanha o garoto em todos os treinos e jogos. E como torcedora é daquelas que não poupam os ouvidos do juiz.
— Adoro ficar olhando ele jogando. Assim como fiz com o Adriano, sempre incentivei, fiquei do lado e sofro muito com eles em campo — afirma Dona Vanda, que durante o clássico gritava: “Acredita, Flamengo”, “Vamos juiz, olha a bola, olha o roubo!”, “Era isso que você queria, ladrão”.
A doçura da avó de Adriano e Thiago mostra por que os dois jogadores têm um carinho grande por ela. E Dona Vanda é conhecida na Gávea pelos pastéis que mantêm a força dos netos em campo:
— O Thiago é como o Adriano, gosta muito de pastel de queijo e também de pipoca — conta a avó coruja, esperançosa de que, num futuro breve, um novo império abra suas portas no Flamengo.
Por: Marjoriê Silva
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