quarta-feira, 25 de maio de 2011

Luxemburgo, Angelim e Felipe são absolvidos em julgamento no STJD

Treinador e jogadores do Flamengo foram julgados por causa do incidente na partida contra o Ceará, em Fortaleza, na Copa do Brasil





Por Marcelo Baltar Rio de Janeiro





O técnico Vanderlei Luxemburgo, o zagueiro Ronaldo Angelim e o goleiro Felipe foram absolvidos nesta terça-feira no STJD. Também julgado nesta terça, o preparador físico Antônio Mello pegou um jogo de suspensão, mas teve a pena convertida em advertência, por ser réu primário. Eles haviam sido denunciados pelos incidentes relatados na súmula pelo árbitro Sandro Meira Ricci após o empate com o Ceará, no estádio Presidente Vargas, que selou a eliminação do Flamengo na Copa do Brasil.



Luxemburgo na partida do Flamengo contra o Ceará (Foto: Futura Press)


Luxemburgo, dentro de campo, na confusão após o primeiro tempo de Ceará 2 x 2 Fla (Foto: Futura Press)


Ao mesmo tempo que se mostrou satisfeito, o técnico Vanderlei Luxemburgo também fez uma auto-crítica depois do julgamento.



- Vim tranquilo. Fazia muito tempo que não vinha a um tribunal. Vim para mostrar a verdade que as imagens já mostravam. Fico feliz que o tribunal nos absolveu, não quero mais voltar aqui. Sempre fica uma lição. Já fiz muita bobagem como treinador, já xinguei muito árbitro, hoje estou velho (risos). Não vou ficar mais xingando ninguém - disse o treinador do Flamengo.



O treinador repetiu as críticas ao presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa:



- Reitero o que disse no julgamento, é muito pessoal. O árbitro teve uma arbitragem desastrosa no jogo Flamengo x Ceará e é escalado para apitar Santos x Inter na primeira rodada do Brasileiro. O Flamengo foi prejudicado e ele premiado. Isso cheira a alguma coisa. Temos de tomar cuidado com o Sérgio Corrêa. Não estou falando que ele é desonesto, mas tem uma incapacidade técnica. Incapaz não quer dizer desonesto. Ele já falou que eu tenho erros como técnico, mas ele tem muito mais como presidente da comissão de arbitragem.



No julgamento, além do vídeo com imagens da partida contra o Ceará, o Flamengo usou duas testemunhas: o diretor de Comunicação do clube, Bernardo Monteiro, e o gerente da Olympikus Gabriel Skiller. Uma terceira testemunha chegou a ser pedida pelo advogado do clube, Michel Assef Filho, um radialista que estava cobrindo o jogo e o julgamento, mas a solicitação foi recusada.



Auditor se declara torcedor do Fla e ajuda a absolver Felipe



Um fato inusitado no julgamento desta terça-feira foi a participação do auditor José Teixeira Fernandes, que se declarou torcedor apaixonado do Flamengo e contribuiu para absolver o goleiro Felipe em dois artigos (258 - "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código" - e 243 - "fender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto") do Código Brasileiro Disciplinar de Futebol (CBDF).



- Não existe um rubro-negro maior do que eu, pode existir até igual, mas maior não - disse em alto e bom som o auditor.



Fernandes afirmou que isso não mudaria o seu julgamento, mas, além de absolver Luxemburgo e Angelim, fez o mesmo com relação ao goleiro em um artigo e deu uma advertência no outro, o que acabou gerando uma confusão na contagem dos votos ao fim da sessão.



Relembre o caso



Luxemburgo e Felipe foram duplamente denunciados. O treinador tentou agredir o policial que participava da segurança do trio de arbitragem dentro do gramado e disse as seguintes palavras para Sandro Meira Ricci: “Eu achava que você era honesto. Você é um pilantra! Ladrão”.



Felipe também tentou agredir o policial com um soco por baixo do escudo, após o mesmo dar uma “escudada” em Ronaldinho Gaúcho. O camisa 1 ainda classificou o árbitro como desonesto e tendencioso. “Ele não pode tirar a camisa aqui (no gramado), mas depois pode comemorar como torcedor do Ceará. Se é pra classificar o Ceará, tira o Flamengo de campo, pô!”.



Ronaldo Angelim foi expulso aos 38 minutos do primeiro tempo. Segundo o árbitro, o zagueiro segurou seu adversário na disputa de bola e, como já tinha cartão amarelo, recebeu o segundo. Já Antônio Mello dirigiu-se ao árbitro no fim da partida e também fez pesadas acusações: “Eu já sabia. Está tudo armado!”.

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