quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Na Rússia, Ibson dá fim à fase e manda recado para Mano Menezes

Meia do Spartak de Moscou acredita estar vivendo melhor momento individual desde que deixou o Fla e diz que sonha com a Seleção

Na fria e distante Moscou, Ibson continua mostrando o futebol que o fez ídolo da torcida do Flamengo. Empenho na marcação, velocidade e bom toque de bola são características que o apoiador manteve e o fazem brilhar no Spartak Moscou. Porém, ciente de que o futebol russo não tem a mesma força que outras potências europeias, como Itália, Espanha e Inglaterra, o jogador não perde tempo e dá um 'alô' a Mano Menezes. Na entrevista que concedeu por telefone ao GLOBOESPORTE.COM, Ibson nem precisou ser perguntado para dizer que a Seleção Brasileira é, sim, um de seus objetivos.

– Espero que o Mano possa estar olhando... – disse.

Ibson acredita viver sua melhor fase individual desde que tornou-se “apenas” um torcedor ilustre do Rubro-Negro. No velho continente, tem sido elogiado por atuações como contra o Chelsea, na última semana, pela Liga dos Campeões, mesmo com a goleada por 4 a 1 sofrida em Stamford Bridge. Apesar de amar o Fla, ele disse dessa vez ter fincado os pés na Rússia e só planeja deixar o país nas férias de fim de ano, quando o frio se torna insuportável.

Confira abaixo o bate-papo completo:

GLOBOESPORTE.COM: Você acabou de completar 27 anos. Como o Ibson está na Rússia?

IBSON: Muito feliz, já vai fazer um ano e meio que estou aqui na Rússia. Minha família se adaptou muito bem, esposa e filhos, e dentro de campo é consequência disso. Eles dão apoio e fica tudo muito mais fácil. Tem o frio, mas já joguei na Europa e estou acostumado. Claro que é muito rigoroso, mas nada que possa atrapalhar nossa caminhada na reta final de temporada no Russo e na Champions.

Acabou aquela fase “ping-pong”? Sua meta é ficar por aí nos próximos anos?

Com certeza. Minha meta no momento é continuar fazendo um bom trabalho aqui, o Spartak é um ótimo clube e ainda tenho mais dois anos e meio de contrato. Estou muito feliz mesmo aqui, fiz grandes amigos, como o Alex, Welliton... Minha vontade é permanecer.

Mas o Vagner Love, em outra oportunidade, disse que estava doido para voltar...

Nesse momento eu não penso, quero dar continuidade aqui. Mas é claro que um dia eu posso voltar, afinal, não foram um ou dois anos de Flamengo. Foram 15 ou 16 nesse clube que eu amo e tenho grandes amigos, a torcida é maravilhosa... Mas espero construir carreira maior aqui.

O que aconteceu com o Spartak no Campeonato Russo? Precisam de um milagre nos três últimos jogos para garantir a vaga na Liga dos Campeões...

Apesar de estarmos jogando bem, tivemos alguma dificuldade e infelicidades, como no úlitmo jogo contra o Zenit. Temos três jogos, sabemos que é muito dificil se classificar, mas vamos em busca disso.

Na Liga dos Campeões a situação já é diferente e estão próximos das oitavas de final...

Com certeza, a gente sabe da dificuldade que é jogar contra o Marselha, que tem jogadores já acostumados a jogar esse tipo de competição, mas nós não estamos longe. Também temos no nosso elenco gente gabaritada e uma torcida impressionante que está sempre lotando o estádio e comparecendo fora. Jogamos em Londres a torcida estava la. Vamos dar a alegria a eles.

Essa é o seu melhor momento desde que saiu do Flamengo?

Creio que sim. No ano passado eu cheguei, fiz um bom jogo e no segundo me machuquei e tiver que fazer uma cirurgia. Acabei retornando nos últimos quatro jogos. Realmente não tive uma boa sequência. Agora fiz a pré-temporada e chegaram jogadores que melhoraram a equipe. Tenho ido bem nas partidas importantes, com boas atuações... O momento que estou passando é muito bom, a Champions tem visibilidade e tenho como objetivo poder ser lembrado pelo Mano. Ele vem lembrando de muita gente nas convocações e espero que ele possa estar olhando para cá. O Mano poderia ficar atento ao futebol daqui (risos).

E o Adriano, com quem você já conviveu na base e no profissional do Flamengo? Por que não emplaca onde já foi Imperador?

O Adriano é uma excelente pessoa, tive oportunidade reencontrá-lo quando voltei ao Flamengo. A gente fica triste pelo que ele está passando, mas acredito que possa dar a volta por cima. Acaba tendo uma série de contusões, o que atrapalha para dar continuidade a qualquer trabalho. No caso dele, é melhor voltar para o Flamengo para poder estar com amigos, em casa, com a mãe dele...

Por: Victor Canedo

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