quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Flamengo joga só 25 minutos, faz três gols e avança à segunda fase

Ronaldinho, Renato e Negueba marcam os gols da vitória por 3 a 0 sobre o Murici, em Maceió. Rubro-Negro pega Fortaleza ou Fast-AM na próxima fase

O estádio Rei Pelé era rubro-negro. Preparou-se para reverenciar o Flamengo, que duas ou três vezes por década desembarca em Maceió. O Murici queria atrapalhar, a desordem tática de Vanderlei Luxemburgo também colaborou. Mas bastou acertar a equipe a partir dos 20 minutos do segundo tempo que o time neutralizou as hostilidades dos torcedores, venceu por 3 a 0 e comemorou a classificação à segunda fase da Copa do Brasil. Ronaldinho, Renato e Negueba fizeram os gols.

De acordo com o regulamento da competição, as equipes visitantes que na primeira eliminatória vencem por dois ou mais gols de diferença se classificam sem necessidade do jogo de volta. O adversário do time carioca na segunda fase sai do confronto entre Fortaleza e Fast-AM, que venceu o time cearense em casa nesta noite, por 2 a 0.

Apesar da vitória, o Flamengo assustou pela falta de organização até os 15 minutos do segundo tempo. Apenas quando o treinador corrigiu as opções táticas erradas o time melhorou e conseguiu os três gols.

Eliminado em seu primeiro jogo interestadual desde a fundação, em 1998, o Murici tem muito o que lamentar. A equipe teve as melhores chances na etapa inicial, mas falhou nas finalizações e foi castigada.

O Flamengo retorna ao Rio de Janeiro no fim da tarde desta quinta-feira e no dia seguinte entra em regime de concentração visando à semifinal da Taça Guanabara, domingo, contra o Botafogo. A partida será às 16h (de Brasília), no Engenhão.

Fla assiste, Murici domina e torcida vaia


Cada toque na bola de Ronaldinho parecia gol para os mais de 17 mil rubro-negros que abarrotaram o ajeitado Rei Pelé. Mas as primeiras participações dele não foram produtivas. Bilu e Serginho fizeram os desarmes de um ousado Murici. Antes dos dez minutos, o time mandante, mas que parecia visitante, arriscou dois chutes de fora da área. O primeiro Felipe defendeu sem dificuldade e o segundo foi para fora.

Enquanto isso, seja com Willians, seja com Renato, o Rubro-Negro repetiu o que mais fez em 2011: errou passes. Fáceis, daqueles de pouquíssimos metros. A torcida emudeceu e passou a balbuciar o tradicional “ah!” a cada jogada equivocada.

O árbitro Jaílson Freitas, da Bahia, parou o jogo rapidamente porque havia um vergalhão de cerca de 15 cm jogado no meio do gramado. O objeto ficou no campo após a ação do patrocinador da Copa do Brasil.

Os torcedores levantaram da cadeira aos 20 minutos, quando Ronaldinho recebeu de Deivid, entrou na área, pedalou e, sem velocidade, foi bloqueado pela zaga. O Murici contragolpeou em velocidade. Alexandro entortou Willians. A jogada prosseguiu e Everlan chutou no canto. Felipe se esticou e defendeu.

O Murici arrancou aplausos até de alguns torcedores do Flamengo. No lance seguinte, aos 24, Ronaldinho abriu para Thiago Neves na esquerda. Ele cruzou e Deivid, sozinho na entrada da pequena área, desviou no pé da trave esquerda.

Vanderlei Luxemburgo bate no peito e diz que colocar um zagueiro na lateral esquerda é coisa da Europa. Porém, foi justamente nas costas do improvisado Angelim, aos 29, que Everlan passou de calcanhar e Alexandro chutou forte para ótima defesa de Felipe.

Em vez de lances de efeito, Thiago Neves brindou os ansiosos torcedores de Maceió com um chute que só não saiu pela linha lateral porque Alex evitou e saiu jogando. Aos 39, Ronaldinho teve um lampejo e rolou para Thiago Neves na marca do pênalti. Em vez de chutar, o apoiador tentou puxar para a perna direita e perdeu o lance. Na sobra, Deivid cabeceou para o alto, nas mãos do goleiro Dias.

Mesmo sem jogar bem, o Fla teve mais uma chance. A bola sobrou para Thiago Neves na segunda trave, ele cabeceou para o meio e Deivid, sem ângulo, saltou e desviou para fora. O fim do primeiro tempo terminou com vaias constrangedoras para o time carioca.

- Nome não ganha jogo. Eles foram melhores – disse o goleiro Felipe, irritado com a postura da equipe no primeiro tempo.

Luxa ajeita bagunça, e Ronaldinho, Renato e Negueba decidem


O segundo tempo começou, mas a má atuação do Flamengo não terminou. Renato errou passe simples no campo de ataque e em contragolpe Franco só não marcou porque Welinton conseguiu se recuperar do mau posicionamento e o desarmou dentro da área.

Aos seis, o azar atrapalhou o Murici. Serginho brincou com a zaga rubro-negra e cruzou para Franco, na entrada da pequena área, chutar rasteiro para fora.

Diante da falta de organização tática, Luxemburgo decidiu mexer em duas posições. Tirou Welinton e Maldonado e colocou Egídio e Fierro, respectivamente. Desta forma, Ronaldo Angelim saiu da esquerda e voltou para a zaga.

A torcida só se levantou quando Negueba foi chamado por Luxemburgo e entrou na vaga de Deivid, que saiu vaiado. Ao mesmo tempo, Thiago Neves chutou de longe e Dias fez pose para espalmar.

O Flamengo melhorou. O suficiente para Léo Moura ir ao fundo, aos 21, e cruzar primorosamente na segunda trave. Ronaldinho apareceu entre os zagueiros e cabeceou para o chão: 1 a 0 e torcida do Flamengo pulando no Rei Pelé.

Com a torcida inflamada e o adversário abatido, o Flamengo partiu em busca do segundo gol, que não demorou. Aos 27, Renato teve a primeira chance de cobrar uma falta frontal desde a chegada de Ronaldinho. Ele cobrou de longe, a bola quicou no gramado molhado, o goleiro Dias pulou atrasado e espalmou para dentro da meta.

O estádio, que em determinado momento chegou a ficar hostil, voltou a distribuir otimismo e os rubro-negros cantaram debaixo de temporal: “Ô Botafogo, pode esperar: a sua hora vai chegar”, em referência ao duelo de domingo pela semifinal da Taça Guanabara.

Quase no último lance, Negueba fez jus ao pedido da torcida. Ele aproveitou ótimo passe de Thiago Neves e marcou o terceiro na saída do goleiro Dias.

Negueba ainda fez mais uma boa jogada, com passe precioso para Renato. O meia chutou mal e o camisa 1 do Murici salvou.

Por: globoesporte.com

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