Craque não brilha nem participa do gol da vitória sobre o Nova Iguaçu, mas mostra disposição e se emociona com a festa feita pela torcida rubro-negra
Último a entrar em campo. Saltitante, balançando pernas e braços sem parar. Mais agitado do que o normal. Mas o momento era diferente mesmo. Especial. À espera do craque, um gigante e lindo mosaico preparado pela torcida rubro-negra com a frase: “Bem-vindo R10”. Emocionado, Ronaldinho Gaúcho agradecia com as mãos e fazia sinais de positivo com a cabeça. Veio a foto oficial. Os abraços dos companheiros, até mesmo dos adversários... Mas as homenagens não paravam por aí. Leo Moura se aproximou, tirou a braçadeira e entregou ao camisa 10, que vai passar a ser o novo capitão do Flamengo. Nova euforia na arquibancada. Ronaldinho precisava recuperar a concentração antes do apito inicial. Então se isolou. Fechou os olhos, abriu os braços e começou a rezar. Pediu proteção, inspiração.
E a bola rolou. Começava uma nova fase na carreira de Ronaldinho Gaúcho. Contestado desde a Copa de 2006, o meia espera voltar aos tempos de glória. Na estreia, o camisa 10 não brilhou nem participou do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu marcado por Wanderley aos 40 minutos do segundo tempo. Mas teve lampejos de genialidade, foi um jogador participativo, que chamou a responsabilidade, que orientou os companheiros. No total, ele correu 8,7km na partida e ficou com a bola nos pés por 3m09s. Deu três chutes, quase marcou um gol em uma bela cobrança de falta.
No começo da partida, a euforia dominou o Engenhão. A cada toque na bola de Ronaldinho Gaúcho surgiam gritos histéricos da torcida. O primeiro lance foi improdutivo. Parou no peito do zagueiro Alex Moraes. O camisa 10 parecia nervoso. Perdeu a bola também nas duas jogadas seguintes. No total, foram 11 passes errados durante os 94 minutos. Só quando surgiu uma falta na lateral esquerda é que a velha habilidade começou a aparecer. Ronaldinho fez um gesto com a mão indicando que iria cobrar na segunda trave. Mas ao ver o goleiro Diogo Silva sair antes para a pequena área, ele tentou surpreender e cobrar direto. Mas camisa 1 do Nova Iguaçu conseguiu voltar a tempo e defender. Um lance que lembrou bem o gol em cima da Inglaterra na Copa de 2002.
Logo na estreia, Ronaldinho exerceu também liderança. Aos nove minutos, ele fez um sinal de tranquilidade para todo o time logo depois de Alex Faria perder um gol incrível para o Nova Iguaçu. A defesa estava discutindo o posicionamento, mas o camisa 10 logo começou a falar e movimentar as duas mãos para baixo e para cima pedindo calma. Por várias outras vezes, ele também orientou a marcação, acertou o posicionamento. O papo, na maioria das vezes, acontecia com Deivid, Vander e Thiago Neves, principais companheiros de ataque. Aos dez minutos, uma das marcas registradas. Toque para um lado, cabeça para o outro. A defesa ficou perdida, mas Leo Moura perdeu a bola ao tentar entrar na área.
No início, Ronaldinho Gaúcho ficou mais centralizado no ataque, recebendo forte marcação dos zagueiros. Jogava mais de pivô na entrada da área. Depois procurou cair mais pela esquerda. Foi assim recebeu na esquerda e cruzou na cabeça de Thiago Neves. O desvio foi para fora. Veio o tempo técnico e o meia troca de camisa. A peça que ele usou nos primeiros minutos em campo pelo Flamengo vai para um museu que está sendo construído na Gávea e deve ser inaugurado no fm do ano. O período serve também para uma conversa com Deivid. O papo parece dar resultado assim que o jogo recomeça. De letra, Ronaldinho Gaúcho tabelou com o atacante e, depois, passou de primeira para Renato. O ala chegou na área chutando forte. A bola foi para fora. Pouco depois, R10 recebeu na esquerda e pedalou em cima da marcação. A torcida se levantou no Engenhão. Mas o toque rasteiro para a área não chegou até Vander.
Sem a bola nos pés, Ronaldinho Gaúcho aproveitava para arrumar o cabelo, a faixa preta da cabeça e o meião. A costura da meia direita parecia incomodar o camisa 10, que toda hora se abaixava para tentar arrumá-la. O primeiro tempo se encaminhava para o fim quando surgiu uma falta na intermediária. Expectativa. Ronaldinho pegou a bola, ajeitou com carinho. Quatro passos para trás e olhar fixo para o goleiro. O chute viajou e parecia ter rumo certo. O craque ensaiou até a corrida para a comemoração, mas Diogo Silva se esticou todo e espalmou para encanteio.
- Está difícil. Eles estão fechadinhos lá atrás - disse Ronaldinho no fim do primeiro tempo.
Com uma chuteira branca, Ronaldinho voltou para o segundo tempo. Observado pelo irmão Assis, pela mãe Miguelina e outros familiares que estavam em um camarote, o craque deu um lindo passe para Deivid, mas o atacante não alcançou a bola, que acabou nas mãos do goleiro. O gol não saia e o meia dava sinais de impaciência. Quando o árbitro marcou uma falta perigosa contra o Flamengo, ele abriu os braços, reclamou. Minutos depois quando Bottinelli errou um passe simples e estragou um bom contra-ataque, Ronaldinho até bateu palmas para apoiar o companheiro, mas em seguida se virou, lamentou sozinho e soltou um palavrão.
Ajudando na marcação, ele exagerou na entrada em Foca. A dividida terminou com a sola da chuteira do rubro-negro na canela do lateral, que precisou sair de campo para ser atendido. Três minutos depois, Ronaldinho procurou o adversário para se desculpar. Isso sem contar os gestos para o árbitro apontando o relógio toda hora que o Nova Iguaçu buscava ganhar tempo nos lances de bola parada.
Nos 15 minutos finais de partida, o Flamengo foi para o abafa e Ronaldinho apareceu servindo os companheiros. Primeiro foi Thiago Neves, que chutou por cima do gol. Depois, Leo Moura, que bateu cruzado para a defesa do goleiro. Apesar de se envolver bastante nas jogadas de ataque, o camisa 10 não participou do lance do gol de Wanderley, que garantiu a vitória. Mas o que se viu depois foi o craque sair correndo como um louco para a torcida atrás do atacante. Pulou as placas de publicidade e foi balançando os braços sem parar. No fim, um abraço longo em Wanderley na volta ao campo. Um sorriso e um agradecimento.
Com a vantagem, a atitude mudou. Aos 44 minutos, Ronaldinho falou para os companheiros que só faltavam três minutos para o fim da partida. E fez com as mãos gestos para o time tocar a bola e gastar o tempo. Veio o apito final e o craque fez o sinal da cruz. Depois foi abraçar Renato e Wanderley. Antes de sair de campo, o camisa 10 bateu palmas para os torcedores junto com os companheiros.
Depois, sozinho em campo, fez gestos referenciando o apoio e o carinho da torcida. Mostrou estar arrepiado com a festa. E beijou o escudo da camisa rubro-negra.
- Não tenho palavras - disse.
Ronaldinho não trocou a camisa 10 com ninguém apesar de alguns pedidos. Antes da partida, o meia disse que guardaria em casa o uniforme da estreia.
- Essa vai para a minha mãe, que veio de Porto Alegre para ver o jogo. Vai para o quadro por ser um dos dias mais emocionantes da minha vida.
Por: Thiago Lavinas
Último a entrar em campo. Saltitante, balançando pernas e braços sem parar. Mais agitado do que o normal. Mas o momento era diferente mesmo. Especial. À espera do craque, um gigante e lindo mosaico preparado pela torcida rubro-negra com a frase: “Bem-vindo R10”. Emocionado, Ronaldinho Gaúcho agradecia com as mãos e fazia sinais de positivo com a cabeça. Veio a foto oficial. Os abraços dos companheiros, até mesmo dos adversários... Mas as homenagens não paravam por aí. Leo Moura se aproximou, tirou a braçadeira e entregou ao camisa 10, que vai passar a ser o novo capitão do Flamengo. Nova euforia na arquibancada. Ronaldinho precisava recuperar a concentração antes do apito inicial. Então se isolou. Fechou os olhos, abriu os braços e começou a rezar. Pediu proteção, inspiração.
E a bola rolou. Começava uma nova fase na carreira de Ronaldinho Gaúcho. Contestado desde a Copa de 2006, o meia espera voltar aos tempos de glória. Na estreia, o camisa 10 não brilhou nem participou do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu marcado por Wanderley aos 40 minutos do segundo tempo. Mas teve lampejos de genialidade, foi um jogador participativo, que chamou a responsabilidade, que orientou os companheiros. No total, ele correu 8,7km na partida e ficou com a bola nos pés por 3m09s. Deu três chutes, quase marcou um gol em uma bela cobrança de falta.
No começo da partida, a euforia dominou o Engenhão. A cada toque na bola de Ronaldinho Gaúcho surgiam gritos histéricos da torcida. O primeiro lance foi improdutivo. Parou no peito do zagueiro Alex Moraes. O camisa 10 parecia nervoso. Perdeu a bola também nas duas jogadas seguintes. No total, foram 11 passes errados durante os 94 minutos. Só quando surgiu uma falta na lateral esquerda é que a velha habilidade começou a aparecer. Ronaldinho fez um gesto com a mão indicando que iria cobrar na segunda trave. Mas ao ver o goleiro Diogo Silva sair antes para a pequena área, ele tentou surpreender e cobrar direto. Mas camisa 1 do Nova Iguaçu conseguiu voltar a tempo e defender. Um lance que lembrou bem o gol em cima da Inglaterra na Copa de 2002.
Logo na estreia, Ronaldinho exerceu também liderança. Aos nove minutos, ele fez um sinal de tranquilidade para todo o time logo depois de Alex Faria perder um gol incrível para o Nova Iguaçu. A defesa estava discutindo o posicionamento, mas o camisa 10 logo começou a falar e movimentar as duas mãos para baixo e para cima pedindo calma. Por várias outras vezes, ele também orientou a marcação, acertou o posicionamento. O papo, na maioria das vezes, acontecia com Deivid, Vander e Thiago Neves, principais companheiros de ataque. Aos dez minutos, uma das marcas registradas. Toque para um lado, cabeça para o outro. A defesa ficou perdida, mas Leo Moura perdeu a bola ao tentar entrar na área.
No início, Ronaldinho Gaúcho ficou mais centralizado no ataque, recebendo forte marcação dos zagueiros. Jogava mais de pivô na entrada da área. Depois procurou cair mais pela esquerda. Foi assim recebeu na esquerda e cruzou na cabeça de Thiago Neves. O desvio foi para fora. Veio o tempo técnico e o meia troca de camisa. A peça que ele usou nos primeiros minutos em campo pelo Flamengo vai para um museu que está sendo construído na Gávea e deve ser inaugurado no fm do ano. O período serve também para uma conversa com Deivid. O papo parece dar resultado assim que o jogo recomeça. De letra, Ronaldinho Gaúcho tabelou com o atacante e, depois, passou de primeira para Renato. O ala chegou na área chutando forte. A bola foi para fora. Pouco depois, R10 recebeu na esquerda e pedalou em cima da marcação. A torcida se levantou no Engenhão. Mas o toque rasteiro para a área não chegou até Vander.
Sem a bola nos pés, Ronaldinho Gaúcho aproveitava para arrumar o cabelo, a faixa preta da cabeça e o meião. A costura da meia direita parecia incomodar o camisa 10, que toda hora se abaixava para tentar arrumá-la. O primeiro tempo se encaminhava para o fim quando surgiu uma falta na intermediária. Expectativa. Ronaldinho pegou a bola, ajeitou com carinho. Quatro passos para trás e olhar fixo para o goleiro. O chute viajou e parecia ter rumo certo. O craque ensaiou até a corrida para a comemoração, mas Diogo Silva se esticou todo e espalmou para encanteio.
- Está difícil. Eles estão fechadinhos lá atrás - disse Ronaldinho no fim do primeiro tempo.
Com uma chuteira branca, Ronaldinho voltou para o segundo tempo. Observado pelo irmão Assis, pela mãe Miguelina e outros familiares que estavam em um camarote, o craque deu um lindo passe para Deivid, mas o atacante não alcançou a bola, que acabou nas mãos do goleiro. O gol não saia e o meia dava sinais de impaciência. Quando o árbitro marcou uma falta perigosa contra o Flamengo, ele abriu os braços, reclamou. Minutos depois quando Bottinelli errou um passe simples e estragou um bom contra-ataque, Ronaldinho até bateu palmas para apoiar o companheiro, mas em seguida se virou, lamentou sozinho e soltou um palavrão.
Ajudando na marcação, ele exagerou na entrada em Foca. A dividida terminou com a sola da chuteira do rubro-negro na canela do lateral, que precisou sair de campo para ser atendido. Três minutos depois, Ronaldinho procurou o adversário para se desculpar. Isso sem contar os gestos para o árbitro apontando o relógio toda hora que o Nova Iguaçu buscava ganhar tempo nos lances de bola parada.
Nos 15 minutos finais de partida, o Flamengo foi para o abafa e Ronaldinho apareceu servindo os companheiros. Primeiro foi Thiago Neves, que chutou por cima do gol. Depois, Leo Moura, que bateu cruzado para a defesa do goleiro. Apesar de se envolver bastante nas jogadas de ataque, o camisa 10 não participou do lance do gol de Wanderley, que garantiu a vitória. Mas o que se viu depois foi o craque sair correndo como um louco para a torcida atrás do atacante. Pulou as placas de publicidade e foi balançando os braços sem parar. No fim, um abraço longo em Wanderley na volta ao campo. Um sorriso e um agradecimento.
Com a vantagem, a atitude mudou. Aos 44 minutos, Ronaldinho falou para os companheiros que só faltavam três minutos para o fim da partida. E fez com as mãos gestos para o time tocar a bola e gastar o tempo. Veio o apito final e o craque fez o sinal da cruz. Depois foi abraçar Renato e Wanderley. Antes de sair de campo, o camisa 10 bateu palmas para os torcedores junto com os companheiros.
Depois, sozinho em campo, fez gestos referenciando o apoio e o carinho da torcida. Mostrou estar arrepiado com a festa. E beijou o escudo da camisa rubro-negra.
- Não tenho palavras - disse.
Ronaldinho não trocou a camisa 10 com ninguém apesar de alguns pedidos. Antes da partida, o meia disse que guardaria em casa o uniforme da estreia.
- Essa vai para a minha mãe, que veio de Porto Alegre para ver o jogo. Vai para o quadro por ser um dos dias mais emocionantes da minha vida.
Por: Thiago Lavinas
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