Clicia Oliveira entrevista a primeira presidente mulher do clube, que abre o coração: 'Para estar aqui no Flamengo tem que ser uma mulher muito macho'
Patricia Amorim decidiu encarar a gestão de um clube de massa em 2009 ao ser eleita a primeira presidente mulher do Flamengo. Nadadora do Rubro-Negro desde pequena e acostumada ao ambiente da Gávea, teve pela frente um ano difícil, com polêmicas envolvendo jogadores dentro e fora dos gramados. Apesar da responsabilidade sobre outros esportes, como basquete e remo, foi no futebol que os maiores desafios surgiram. Para isso, sua paciência e sutileza feminina fizeram a diferença. Em entrevista exclusiva à repórter Clicia Oliveira, Patricia falou sobre Dilma Roussef, também primeira presidente mulher, só que do Brasil, vaidade, o clube de coração, família e muito mais.
- O Flamengo é um clube de vanguarda, esta à frente do seu tempo. Acho que ele conseguiu perceber a necessidade de mudança. O fato de ser uma mulher tem todo um charme, é algo contemporâneo. Há a questão da sensibildade, que é importante. Para a Dilma, há a questão social, aqui é mais a questão de atender ao sócio e ao torcedor, de ter a grande nação satisfeita.
A mulher no poder
Aos 41 anos, Patricia é mãe de quatro filhos homens. Admite que vive em num universo bem masculino, o que, segundo ela, não compromete em nada sua feminilidade. Dentro do clube, diz que possui um relacionamento ótimo com todos, com treinador, jogador, comissão técnica e atletas em geral:
- Sempre uma palavra doce no momento certo, uma dura no momento necessário. Mas o comando pode ter um toque mais sensível, mais presente, e não autoritário. Desde a época em que eu nadava eu tinha que treinar com os homens e tinha que ser a melhor mulher.
Apesar de considerar a aceitação mais difícil por ser mulher, em função de haver um mundo masculino de "palavrões" e comportamentos diferentes, Patricia se considera acostumada após muitos anos e tantas equipes que liderou. Ao ser chamada de senhora, ela acha que soa velha demais, prefere ser chamada de presidente. Mas afirma ser bom o relacionamento no clube:
- Espero que eles não tenham problema também porque não tem solução, quem é a presidente sou eu.
Patricia Amorim em família
E como é ser presidente de um clube como o Flamengo tendo que cuidar de quatro pequenos torcedores rubro-negros? Patricia Amorim conta:
- Procuro não levar para casa as novidades do clube. Até lá eu sou questionada se a contratação foi boa, se tem novidade de jogador, técnico. A cobrança já vem de casa.
Sobre os cuidados com lar, a presidente revela que não gasta muito do seu tempo com isso. Familiares estão sempre em volta, moram perto, mas para dar conta de tudo em sua vida e dar um trato na casa ela conta com uma força extra:
- Quando preciso, meu marido troca de posição, pega as crianças na escola e vai às reuniões. Mas escovar o dente é comigo, senão eles não escovam. O banho passa por um controle, é o tipo de preocupação que eu tenho.
Vaidade
Sobre vaidade, Patricia Amorim diz que acabou deixando um pouco de lado depois que assumiu a presidência do Flamengo. Nos poucos momentos que restam, ela comemora poder ir a um salão de beleza e se atualizar sobre as novidades da moda e da maquiagem. No ambiente masculino, a presidente declara que é preciso usar roupas mais fechadas para não dar chances às brincadeiras e conta um caso engraçado em que o ritmo da agenda a traiu:
- É tanta confusão que as vezes eu estou na borda de uma piscina, depois no campo de futebol, em seguida vou para uma sessão solene, outras estou na Câmara, onde trabalho. Certa vez, antes de ir para uma reunião, estava almoçando com o setor jurídico do Flamengo no Jóquei Clube e notei que estava com um pé de cada sapato. Depois decidi que precisava tomar um pouco mais de conta de mim.
Com a piscina do clube ao fundo, onde tudo começou para Patricia, o "EE de Bolsa" encerrou a entrevista com a primeira presidente mulher do Flamengo. E ela deixou um recado para os marmajos:
- Para estar aqui no Flamengo tem que ser muito macho. Eu sou uma mulher muito macho - finalizou.
Por: globoesporte.com
Patricia Amorim decidiu encarar a gestão de um clube de massa em 2009 ao ser eleita a primeira presidente mulher do Flamengo. Nadadora do Rubro-Negro desde pequena e acostumada ao ambiente da Gávea, teve pela frente um ano difícil, com polêmicas envolvendo jogadores dentro e fora dos gramados. Apesar da responsabilidade sobre outros esportes, como basquete e remo, foi no futebol que os maiores desafios surgiram. Para isso, sua paciência e sutileza feminina fizeram a diferença. Em entrevista exclusiva à repórter Clicia Oliveira, Patricia falou sobre Dilma Roussef, também primeira presidente mulher, só que do Brasil, vaidade, o clube de coração, família e muito mais.
- O Flamengo é um clube de vanguarda, esta à frente do seu tempo. Acho que ele conseguiu perceber a necessidade de mudança. O fato de ser uma mulher tem todo um charme, é algo contemporâneo. Há a questão da sensibildade, que é importante. Para a Dilma, há a questão social, aqui é mais a questão de atender ao sócio e ao torcedor, de ter a grande nação satisfeita.
A mulher no poder
Aos 41 anos, Patricia é mãe de quatro filhos homens. Admite que vive em num universo bem masculino, o que, segundo ela, não compromete em nada sua feminilidade. Dentro do clube, diz que possui um relacionamento ótimo com todos, com treinador, jogador, comissão técnica e atletas em geral:
- Sempre uma palavra doce no momento certo, uma dura no momento necessário. Mas o comando pode ter um toque mais sensível, mais presente, e não autoritário. Desde a época em que eu nadava eu tinha que treinar com os homens e tinha que ser a melhor mulher.
Apesar de considerar a aceitação mais difícil por ser mulher, em função de haver um mundo masculino de "palavrões" e comportamentos diferentes, Patricia se considera acostumada após muitos anos e tantas equipes que liderou. Ao ser chamada de senhora, ela acha que soa velha demais, prefere ser chamada de presidente. Mas afirma ser bom o relacionamento no clube:
- Espero que eles não tenham problema também porque não tem solução, quem é a presidente sou eu.
Patricia Amorim em família
E como é ser presidente de um clube como o Flamengo tendo que cuidar de quatro pequenos torcedores rubro-negros? Patricia Amorim conta:
- Procuro não levar para casa as novidades do clube. Até lá eu sou questionada se a contratação foi boa, se tem novidade de jogador, técnico. A cobrança já vem de casa.
Sobre os cuidados com lar, a presidente revela que não gasta muito do seu tempo com isso. Familiares estão sempre em volta, moram perto, mas para dar conta de tudo em sua vida e dar um trato na casa ela conta com uma força extra:
- Quando preciso, meu marido troca de posição, pega as crianças na escola e vai às reuniões. Mas escovar o dente é comigo, senão eles não escovam. O banho passa por um controle, é o tipo de preocupação que eu tenho.
Vaidade
Sobre vaidade, Patricia Amorim diz que acabou deixando um pouco de lado depois que assumiu a presidência do Flamengo. Nos poucos momentos que restam, ela comemora poder ir a um salão de beleza e se atualizar sobre as novidades da moda e da maquiagem. No ambiente masculino, a presidente declara que é preciso usar roupas mais fechadas para não dar chances às brincadeiras e conta um caso engraçado em que o ritmo da agenda a traiu:
- É tanta confusão que as vezes eu estou na borda de uma piscina, depois no campo de futebol, em seguida vou para uma sessão solene, outras estou na Câmara, onde trabalho. Certa vez, antes de ir para uma reunião, estava almoçando com o setor jurídico do Flamengo no Jóquei Clube e notei que estava com um pé de cada sapato. Depois decidi que precisava tomar um pouco mais de conta de mim.
Com a piscina do clube ao fundo, onde tudo começou para Patricia, o "EE de Bolsa" encerrou a entrevista com a primeira presidente mulher do Flamengo. E ela deixou um recado para os marmajos:
- Para estar aqui no Flamengo tem que ser muito macho. Eu sou uma mulher muito macho - finalizou.
Por: globoesporte.com
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