quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Campeões da Copinha chegam ao Rio com festa e choro do vovô Álvaro

Avô de César se emociona com sucesso do goleiro do Flamengo, grande herói da conquista rubro-negra

Tinha troféu, a afinada charanga, pais, mães, namoradas, torcedores. Uma autêntica festa rubro-negra para receber os campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira à noite. Mas, com a mão direita apoiada na parede e a esquerda equilibrando-se sobre a muleta, o vovô Luiz Alvaro chorava, soluçava. De orgulho. Orgulho do neto César, o grande herói da conquista do Flamengo na vitória por 2 a 1 sobre o Bahia.

O goleiro de 18 anos carregava um olhar ainda juvenil, de deslumbramento com a festa que via ao redor. Repetia a todo instante, sem tirar o sorriso do rosto:

- Maravilhoso, maravilhoso.

O avô ganhou beijos, abraços e mal conseguia falar.

- Quando falo do César me emociono – disse Luiz Alvaro, voltando a se emocionar.



Mais um capítulo do dia de herói do camisa 1 sub-18 do Flamengo. No Pacaembu, ele fechou o gol do início até os 47 minutos do segundo tempo. Foi quando realizou a última grande defesa e garantiu o título.

César, fã de Julio e de Rogério Ceni, percebeu que estava em nova realidade ao deixar o estádio. Teve de ir até a janela do ônibus para atender aos fãs. A mãe Madalena, orgulhosa, fotografou cada instante do dia de glória do “paredão”.

A mesma personalidade nas atuações que teve durante a Copinha demonstrou para não mentir e se dizer “sou flamenguista desde criancinha”.

- Eu não era torcedor. Era um grande admirador de futebol. Gostava de assistir aos jogos e prestar atenção nos goleiros. Mas quero ficar no Flamengo mesmo. Tenho muita gratidão por tudo o que o clube me proporcionou.

O goleiro chegou ao Flamengo em 2009, por indicação do técnico Rogério Lourenço, que estava nos juniores e atualmente dirige, curiosamente, o Bahia. O contrato de empréstimo dele termina em dezembro deste ano e, se nada mudar, o Sendas o acolherá de braços abertos.

- Não tenho empresário. O pessoal do Sendas que sempre cuidou de tudo para mim – declarou.

Mas o título também tem outros nomes. O camisa 10 Adryan tinha lágrimas nos olhos ao aparecer no saguão. Tirou foto com um, dois, três torcedores. Tornou-se uma esperança para os rubro-negros com apenas 16 anos. Rafinha, Lucas e Luiz Philipe (Muralha) receberam os afagos das namoradas. Negueba teve de esperar um pouco para ganhar o abraço dos familiares.

O trânsito carioca não ajudou e os pais dele foram os últimos a chegar. Encontraram o filho sentado em um dos bancos do aeroporto contemplando a glória de um título que o Flamengo esperou 21 anos para conquistar pela segunda vez em sua história.

Por: Eduardo Peixoto

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