De Salvador, tio do goleiro lembra da emoção ao receber a notícia do acerto com o Rubro-Negro. Mãe do jogador o defende das polêmicas
A notícia do acerto com o Flamengo foi a melhor do ano para a família de Felipe. Os parentes pretendem comemorar por muito tempo o fato de o goleiro, que estava no Braga, de Portugal, voltar ao Brasil para defender o clube do coração de quase todos da “casa”. Apesar da relação com a Bahia, Felipe é carioca, nascido na Ilha do Governador. A mudança para Salvador se deu aos três anos, por conta do trabalho do pai militar. Mesmo de longe, ele não esqueceu o Rubro-Negro. Muito por culpa dos pais, Jorge Luiz e Rita, e do tio favorito do jogador, citado por Felipe em sua entrevista coletiva de apresentação.
- Meu tio Toninho até chorou quando soube que eu viria para cá – disse.
O tio “chorão” não tem a menor vergonha. Muito pelo contrário. Confessa que não segurou a emoção com tamanha alegria. Toninho, que também é militar, é irmão do pai de Felipe, vive no Rio, e está em Salvador para passar o Ano Novo.
- Ficamos emocionados. Estávamos vivendo aquela tensão de saber se ele voltaria ao Brasil ou não. Queria que ele voltasse até para o Bonsucesso (risos). Estava no barbeiro cortando o cabelo e conversamos pelo celular. Ele disse: “tio, resolve um problema para mim com urgência? Você está em casa?”. Disse para ele que estava na rua, que era para ele ligar para a minha casa. Voltei preocupado e ele ligou depois: “tio, tem de ser urgente, pelo amor de Deus”. Pensei que era algum problema. Foi quando ele disse: “preciso de um apartamento no Rio. O Flamengo me contratou”. Fiquei sem voz. Meu sobrinho, que me ama de paixão, vai jogar no meu clube. Fiquei louco, comecei a chorar. Ele falou que chorei por três minutos, mas foi mais – contou, aos risos, por telefone.
Toninho é um dos melhores amigos de Felipe. Os dois se falam quase que diariamente. Foi assim ao longo de todo o mês até o acerto com o Fla. Uma relação de cumplicidade e admiração.
- Como estou fora do Rio, mandei comprar todos os jornais, tenho todos os jornais da carreira dele. Pedi a um amigo que comprasse, acompanhei a apresentação pela internet. Temos uma ligação muito forte. Um dia, quando ainda era criança, ele estava na casa da minha mãe no Rio, e o Flamengo estava perdendo um jogo. Ele e meu filho Diogo ficaram chorando. Ele disse para o primo: “Diogo, ainda vou jogar no Flamengo”. Escutei aquilo e guardei. Quando ele foi contratado, consegui lembrar disso. Costumo dizer que a palavara tem muita força. Aquilo que queremos acaba se realizando. Hoje ele está aí – afirmou.
O principal reforço do Flamengo pertence a uma família grande. Aos 26 anos, Felipe é o mais velho dos quatro filhos biológicos de Dona Rita. Depois dele, vieram Natália, de 21, e as gêmeas Ana Beatriz e Ana Caroline, de 18. Há os irmãos do coração: Moisés, de 27, e Cristiane, de 31.
- Com as irmãs ele é muito ciumento. Se dá muito bem com a Crisitiane e com o Moisés. Foi a Cristiane quem o levou para o primeiro passo no futebol. Ele era pequeno, não podia levá-lo ao teste no Vitória e ela o levou. Fez o teste pela manhã, passou e à tarde estava treinando – conta a mãe, orgulhosa.
Apesar de não ter ido ao teste, Dona Rita sempre se fez presente na carreira de Felipe.
- Ele sempre gostou muito de esporte. Mas achávamos que escolheria a natação, pois sempre se saía bem nas gincanas. Começou a jogar futsal com oito anos. Foi direto para o gol porque era grande e desengonçado. Foi quando ele fez a primeira viagem para jogar um campeonato em São Paulo pelo Clube Recreativo Campomar. Depois que ele foi para o Vitória, passei a acompanhar as viagens. Ele ficava com ciúmes, porque eu cuidava de todos os outros garotos. Era a única mãe. Quando ele morou três anos no Vitória, uma vez por semana passava o dia inteiro com ele – lembrou.
O filho cresceu e tornou-se profissional em 2002. Passou por São Caetano, Portuguesa e Bragantino até chegar ao Corinthians. No Parque São Jorge, virou ídolo da torcida com a conquista dos títulos da Série B (2008), Campeonato Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009). Dona Rita diz que ainda participa de tudo. Apesar de ser rubro-negra, torceu para que o filho continuasse na Europa.
- Mesmo com os empresários dele, ele sempre conversa comigo. Ele não faz nada sem consultar a gente, desde o início da carreira é assim. Gostaria que ele continuasse em Portugal. É diferente a menira de trabalhar, mais responsabilidade, aqui é muito largado. Lá é mais profissional, hora marcada para entrar, para sair. É bom para crescer – opinou.
Contra polêmicas, uma família superprotetora
Durante a pausa para a Copa do Mundo da África do Sul, Felipe pediu para ser colocado à venda pelo Corinthians, o que causou desconforto no clube e um desentendimento com o presidente Andrés Sanches. O atleta passou a treinar afastado do restante do time. Em agosto, teve seu contrato rescindido e se transferiu para o Braga, onde passou quatro meses. Foi apenas um dos episódios polêmicos em que o nome do jogador esteve envolvido. Tanto que um dos objetivos dele é melhorar a imagem.
Felipe assinou contrato com o Fla por um ano. No acordo, há uma cláusula que prevê rescisão em caso de problemas disciplinares. Uma exigência da presidente Patricia Amorim a partir do caso Bruno. Antes da contratação, a mandatária telefonou para o presidente do Corinthians para se informar sobre o atleta. Não ouviu boas referências do dirigente do Timão, já que ele e Felipe tiveram alguns desentendimentos. O técnico Vanderlei Luxemburgo bancou o acerto.
- Ele é não é santo, mas não é polêmico. Ele fala a verdade. Muita coisa que aconteceu no Corinthians ainda vai ser esclarecida. As pessoas não costumam se informar antes de falar. Acontece um exagero por ele ser uma pessoa pública. Espero que ele faça bons campeonatos, que tenha sucesso no Flamengo, que prove dentro de campo que ele não é nada daquilo – comentou Dona Rita.
O tio de Felipe revela que a família sofre quando vê o nome do jogador envolvido em polêmicas e também o defende.
- Você vê algumas coisas e fica chateado. Não estamos acostumados a ouvir o que as pessoas pensam. Ele é autêntico, verdadeiro. Quando disse que não era santo, as pessoas estavam achando que era mau elemento. É um cara família, participa da vida da família. A família participa da vida dele. Conversa, liga para o pai constantemente. Liga para mim. Ficamos chateados com quem rotula sem o conhecer – frisou Toninho.
Felipe vai passar o Ano Novo em São Paulo. Ele se apresenta ao Fla na próxima segunda-feira, quando o grupo rubro-negro viaja para Londrina, no Paraná, para a pré-temporada. A estreia do novo camisa 1 deve ocorrer no dia 19 de janeiro, contra o Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca, no Engenhão. A festa está armada.
- Já está tudo pronto. Faixa, saco de confete. Vamos invadir aquilo lá, vai ser uma coisa linda. Vai ser uma emoção para nós e para todo mundo – destacou o tio.
Por: Richard Souza
A notícia do acerto com o Flamengo foi a melhor do ano para a família de Felipe. Os parentes pretendem comemorar por muito tempo o fato de o goleiro, que estava no Braga, de Portugal, voltar ao Brasil para defender o clube do coração de quase todos da “casa”. Apesar da relação com a Bahia, Felipe é carioca, nascido na Ilha do Governador. A mudança para Salvador se deu aos três anos, por conta do trabalho do pai militar. Mesmo de longe, ele não esqueceu o Rubro-Negro. Muito por culpa dos pais, Jorge Luiz e Rita, e do tio favorito do jogador, citado por Felipe em sua entrevista coletiva de apresentação.
- Meu tio Toninho até chorou quando soube que eu viria para cá – disse.
O tio “chorão” não tem a menor vergonha. Muito pelo contrário. Confessa que não segurou a emoção com tamanha alegria. Toninho, que também é militar, é irmão do pai de Felipe, vive no Rio, e está em Salvador para passar o Ano Novo.
- Ficamos emocionados. Estávamos vivendo aquela tensão de saber se ele voltaria ao Brasil ou não. Queria que ele voltasse até para o Bonsucesso (risos). Estava no barbeiro cortando o cabelo e conversamos pelo celular. Ele disse: “tio, resolve um problema para mim com urgência? Você está em casa?”. Disse para ele que estava na rua, que era para ele ligar para a minha casa. Voltei preocupado e ele ligou depois: “tio, tem de ser urgente, pelo amor de Deus”. Pensei que era algum problema. Foi quando ele disse: “preciso de um apartamento no Rio. O Flamengo me contratou”. Fiquei sem voz. Meu sobrinho, que me ama de paixão, vai jogar no meu clube. Fiquei louco, comecei a chorar. Ele falou que chorei por três minutos, mas foi mais – contou, aos risos, por telefone.
Toninho é um dos melhores amigos de Felipe. Os dois se falam quase que diariamente. Foi assim ao longo de todo o mês até o acerto com o Fla. Uma relação de cumplicidade e admiração.
- Como estou fora do Rio, mandei comprar todos os jornais, tenho todos os jornais da carreira dele. Pedi a um amigo que comprasse, acompanhei a apresentação pela internet. Temos uma ligação muito forte. Um dia, quando ainda era criança, ele estava na casa da minha mãe no Rio, e o Flamengo estava perdendo um jogo. Ele e meu filho Diogo ficaram chorando. Ele disse para o primo: “Diogo, ainda vou jogar no Flamengo”. Escutei aquilo e guardei. Quando ele foi contratado, consegui lembrar disso. Costumo dizer que a palavara tem muita força. Aquilo que queremos acaba se realizando. Hoje ele está aí – afirmou.
O principal reforço do Flamengo pertence a uma família grande. Aos 26 anos, Felipe é o mais velho dos quatro filhos biológicos de Dona Rita. Depois dele, vieram Natália, de 21, e as gêmeas Ana Beatriz e Ana Caroline, de 18. Há os irmãos do coração: Moisés, de 27, e Cristiane, de 31.
- Com as irmãs ele é muito ciumento. Se dá muito bem com a Crisitiane e com o Moisés. Foi a Cristiane quem o levou para o primeiro passo no futebol. Ele era pequeno, não podia levá-lo ao teste no Vitória e ela o levou. Fez o teste pela manhã, passou e à tarde estava treinando – conta a mãe, orgulhosa.
Apesar de não ter ido ao teste, Dona Rita sempre se fez presente na carreira de Felipe.
- Ele sempre gostou muito de esporte. Mas achávamos que escolheria a natação, pois sempre se saía bem nas gincanas. Começou a jogar futsal com oito anos. Foi direto para o gol porque era grande e desengonçado. Foi quando ele fez a primeira viagem para jogar um campeonato em São Paulo pelo Clube Recreativo Campomar. Depois que ele foi para o Vitória, passei a acompanhar as viagens. Ele ficava com ciúmes, porque eu cuidava de todos os outros garotos. Era a única mãe. Quando ele morou três anos no Vitória, uma vez por semana passava o dia inteiro com ele – lembrou.
O filho cresceu e tornou-se profissional em 2002. Passou por São Caetano, Portuguesa e Bragantino até chegar ao Corinthians. No Parque São Jorge, virou ídolo da torcida com a conquista dos títulos da Série B (2008), Campeonato Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009). Dona Rita diz que ainda participa de tudo. Apesar de ser rubro-negra, torceu para que o filho continuasse na Europa.
- Mesmo com os empresários dele, ele sempre conversa comigo. Ele não faz nada sem consultar a gente, desde o início da carreira é assim. Gostaria que ele continuasse em Portugal. É diferente a menira de trabalhar, mais responsabilidade, aqui é muito largado. Lá é mais profissional, hora marcada para entrar, para sair. É bom para crescer – opinou.
Contra polêmicas, uma família superprotetora
Durante a pausa para a Copa do Mundo da África do Sul, Felipe pediu para ser colocado à venda pelo Corinthians, o que causou desconforto no clube e um desentendimento com o presidente Andrés Sanches. O atleta passou a treinar afastado do restante do time. Em agosto, teve seu contrato rescindido e se transferiu para o Braga, onde passou quatro meses. Foi apenas um dos episódios polêmicos em que o nome do jogador esteve envolvido. Tanto que um dos objetivos dele é melhorar a imagem.
Felipe assinou contrato com o Fla por um ano. No acordo, há uma cláusula que prevê rescisão em caso de problemas disciplinares. Uma exigência da presidente Patricia Amorim a partir do caso Bruno. Antes da contratação, a mandatária telefonou para o presidente do Corinthians para se informar sobre o atleta. Não ouviu boas referências do dirigente do Timão, já que ele e Felipe tiveram alguns desentendimentos. O técnico Vanderlei Luxemburgo bancou o acerto.
- Ele é não é santo, mas não é polêmico. Ele fala a verdade. Muita coisa que aconteceu no Corinthians ainda vai ser esclarecida. As pessoas não costumam se informar antes de falar. Acontece um exagero por ele ser uma pessoa pública. Espero que ele faça bons campeonatos, que tenha sucesso no Flamengo, que prove dentro de campo que ele não é nada daquilo – comentou Dona Rita.
O tio de Felipe revela que a família sofre quando vê o nome do jogador envolvido em polêmicas e também o defende.
- Você vê algumas coisas e fica chateado. Não estamos acostumados a ouvir o que as pessoas pensam. Ele é autêntico, verdadeiro. Quando disse que não era santo, as pessoas estavam achando que era mau elemento. É um cara família, participa da vida da família. A família participa da vida dele. Conversa, liga para o pai constantemente. Liga para mim. Ficamos chateados com quem rotula sem o conhecer – frisou Toninho.
Felipe vai passar o Ano Novo em São Paulo. Ele se apresenta ao Fla na próxima segunda-feira, quando o grupo rubro-negro viaja para Londrina, no Paraná, para a pré-temporada. A estreia do novo camisa 1 deve ocorrer no dia 19 de janeiro, contra o Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca, no Engenhão. A festa está armada.
- Já está tudo pronto. Faixa, saco de confete. Vamos invadir aquilo lá, vai ser uma coisa linda. Vai ser uma emoção para nós e para todo mundo – destacou o tio.
Por: Richard Souza
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